Idéias Mal Cozidas

Comentários pertinentes e impertinentes, resenhas e até aquilo q vc não quer saber antes de ler um livro ou filme, se me der vontade! E outras coisitas mais que possam aparecer...

domingo, agosto 22, 2004

O Saci

Bom, como sou uma criadora de sacis, nada melhor que explicar o que é e o que faz um saci...

O Saci-Pererê
É um duende idealizado pelos indígenas brasileiros como apavorante guardião das florestas. A princípio ele era um curumim perneta, de cabelos avermelhados, encantador de crianças e adultos que pertubava o silêncio das matas. Em contato com o elemento africano e a supertição dos brancos, recebeu o cognome de Taperê, Pererê Sá Pereira, etc. Tornou-se negro, ganhou um gorro vermelho e um cachimbo na boca. Em alguns lugares, como às margens do rio São Francisco, adquiriu duas penas e a personalidade de um demônio rural que faz travessuras e gosta de enganar pessoas. É o famoso Romão ou Romãozinho. Na zona fronteiriça ao Paraguai ele é um anão do tamanho de um menino de 7 a 8 anos, que gosta de roubar criaturas dos povoados e largá-las em lugar de difícil acesso. Talvez devido aos vestígios culturais trazidos pelos bandeirantes em suas andanças pelo sul do Brasil, o saci mineiro recebeu, além dessas qualidades do "Yaci-Yaterê" guarani, um bastão, laço ou cinto, que usa como a "vara de condão" das fadas européias. Sincretizado freqüentemente como o capeta, tem medo de rosários e de imagens de santos. Quando quer desaparecer, transforma-se num corrupio de vento.¹

Através de Tio Barnabé, um dos seus personagens, Monteiro Lobato descreve o Saci-Pererê:

O saci é um diabinho de uma perna só que anda solto pelo mundo, armando reinações de toda sorte: azeda o leite, quebra pontas das agulhas, esconde as tesourinhas de unha, embaraça os novelos de linha, faz o dedal das costureiras cair nos buracos, bota moscas na sopa, queima o feijão que está no fogo, gora os ovos das ninhadas. Quando encontra um prego, vira ele de ponta pra riba para que espete o pé do primeiro que passa. Tudo que numa casa acontece de ruim é sempre arte do saci. Não contente com isso, também atormenta os cachorros, atropela as galinhas e persegue os cavalos no pasto, chupando o sangue deles. O saci não faz maldade grande, mas não há maldade pequenina que não faça.
Tio Barnabé continua:
- Tinha anoitecido e eu estava sozinho em casa, rezando as minhas rezas. Rezei, e depois me deu vontade de comer pipoca. Fui ali no fumeiro e escolhi uma espiga de milho bem seca. Debulhei o milho numa caçarola, pus a caçarola no fogo e vim para este canto picar fumo pro pito. Nisto ouvi no terreiro um barulhinho que não me engana. "Vai ver que é saci!" - pensei comigo. - E era mesmo. Dali a pouco um saci preto que nem carvão, de carapuça vermelha e pitinho na boca, apareceu na janela. Eu imediatamente me encolhi no meu canto e fingi que estava dormindo. Ele espiou de um lado e de outro e por fim pulou para dentro. Veio vindo, chegou pertinho de mim, escutou os meus roncos e convenceu-se de que eu estava mesmo dormindo. Então começou a reinar na casa. Remexeu tudo, que nem mulher velha, sempre farejando o ar com o seu narizinho muito aceso. Nisto o milho começou a chiar na caçarola e ele dirigiu-se para o fogão. Ficou de cócoras no cabo da caçarola, fazendo micagens. Estava "rezando" o milho, como se diz. E adeus pipoca! Cada grão que o saci reza não rebenta mais, vira piruá. Dali saiu para bulir numa ninhada de ovos que a minha carijó calçuda estava chocando num balaio velho, naquele canto. A pobre galinha quase que morreu de susto. Fez cró, cró, cró... e voou do ninho feito uma louca, mais arrepiada que um ouriço-cacheiro. Resultado: o saci rezou os ovos e todos goraram. Em seguida pôs-se a procurar o meu pito de barro. Achou o pito naquela mesa, pôs uma brasinha dentro e paque, paque, paque... tirou justamente sete fumaçadas. O saci gosta multo do número sete. Eu disse cá camigo: "Deixe estar, coisa-ruinzinho, que eu ainda apronto uma boa para você. Você há de voltar outro dia e eu te curo." E assim aconteceu. Depois de muito virar e mexer, o sacizinho foi-se embora e eu fiquei armando o meu plano para assim que ele voltasse. Na sexta-feira seguinte apareceu aqui outra vez às mesmas horas. Espiou da janela, ouviu os meus roncos fingidos, pulou para dentro. Remexeu em tudo, como da primeira vez, e depois foi atrás do pito que eu tinha guardado no mesmo lugar. Pôs o pito na boca e foi ao fogão buscar uma brasinha, que trouxe dançando nas mãos. Tem as mãos furadinhas bem no centro da palma; quando carrega brasa, vem brincando com ela, fazendo ela passar de uma para a outra mão pelo furo. Trouxe a brasa, pôs a brasa no pito e sentou-se de pernas cruzadas para fumar com todo o seu sossego. Quando quer cruza as pernas como se tivesse duas! São coisas que só ele entende e ninguém pode explicar. Cruzou as pernas e começou a tirar baforadas, uma atrás da outra, muito satisfeito da vida. Mas de repente, puf! aquele estouro e aquela fumaceira!... O saci deu tamanho pinote que foi parar lá longe, e saiu ventando pela janela fora. Eu tinha socado pólvora no fundo do pito – exclamou tio Barnabé, dando uma risada gostosa. – A pólvora explodiu justamente quando ele estava dando a fumaçada número sete, e o saci, com a cara toda sapecada, raspou-se para nunca mais voltar.²

1- Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale - Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
2- O Saci / Monteiro Lobato. - São Paulo: Editora Brasiliense S.A. sem/data Ilustrações originais em preto e branco de Manoel Victor Filho.

encontrado neste link:
http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/3contos/saci.html

quinta-feira, agosto 19, 2004

Povos da Terra

Dia 03 de Julho de 2004

Tradição e Resistência: encontro de povos indígenas- SESC Belenzinho/SP

Algumas anotações feitas no dia. O interessante a se notar é que todos falaram algo em sua língua como introdução, para afirmar sua identidade, e também que todos mencionaram o probelma da água como algo que tem que ser resolvido o quanto antes, para o bem da humanidade como um todo, e não apenas para os povos indígenas.

David Yanomani:
Temos que resistir a pressões financeiras e políticas. Não entregar a reserva Raposa do Sol aos poderosos de Roraima. Os estrangirps estão de olho na floresta. A água está acabando e isso eles cobiçam!

Álvaro Tukano:
Os países de fora não tem cultura nenhuma que nos seja útil. Pelo contrário, os índios é que tem a verdadeira cultura. O maior probelma é o Senado e o Congresso, que está ocupado em fazer leis que diminuem as áreas e as verbas da FUNAI.

Timóteo Verá:
é necessário aumentar as terras dos Tenodé Porã em Saõ Paulo (capital) para cosseguirem sobreviver e forma digna.

Maria Inês Ladeira:
40% dos índios estão nbo Sul/Sudeste/Nordeste, em áreas tão pequenas que nem aparecem nos mapas. A demarcação tem sido feita mais no sentido de confinar o índio aos seu espaço e "resolver" o problemas do índio, para que ele não saia mais de lá para incomodar o branco, quei pode fazer o que quiser depois.

Pirakumã Yawaiapiti:
A reserva do Xingu não foi demarcada numa conversa com os índios, mas sim pela burocracia. A poluição das cabeceiras dos rios que atravessam a reserva é feita pelos agricultores, e as crianças das tribos adoecem por causa disso. Não há nascentes na reserva apra garantir água pura.

Vilmar Martins Mura Guarany:
Se houver uma divergencia entre os índios em suas reservas, o espaço que tem é tão pequena que não tem como cada um ir para um lado para resolver o problema. Isso aumenta os conflitos internos das tribos que vivem em áreas pequenas, principalemtne entre os guaranis que são nômades.



Nota da Estrela:
Essas anotações foram feitas a mais de 2 meses, mas o saci que eu crio (aliás, ando desconfiando que ele procriou...) sumiu com as anotações, e só essa semana as encontrei para pode postar aqui.

domingo, agosto 01, 2004

Aiya povo!!

Atendendo a pedido:

Fui na Animefriends. Não fui na Animecon pq naquele final de semana estava sem muita grana, e aí num dá, né??

Olha, tirando a falta de iluminação, o excesso de gente, a praça de alimentação q não tem opção de quase nada, o som de um stand interferir em outros e até nos palcos, a Friends tava muito boa!
Os Cosplayers se superaram, como sempre. Tenho certeza q os nossso cosplayers são melhores que os japoneses ^ ^
Comprei um monte de mangás (vou dar um jeito de compra o que me falta de One Piece - ou seja, metade dos que já foi lançado..), atirei no arco e flecha (acho q acertei umas 2 flechas no alvo, nas 2 vezes q tentei.. as restantes fizeram questão de ficar totalmente fora do alvo - devia ser conspiração delas, só pq que acertar no alvo amarelo dava direiro a outra rodada..)

Bom, fora isso tô no apartamento novo desde ontem, arrumando um monte de caixas que nãoi acabam nunca, um monte de quiquilharias q eu nem lembrava mais que tinha, aprendendo de novo a fazer feira e compras no supermercado, e pra ajudar, hj tem um comício na praça que fica ao lado do apartamento, por isso tô na lan.. = )

Ah, e tô lendo a biografia de Maria Callas